segunda-feira, 28 de novembro de 2011

UNIDADE 3




POLUIÇÃO  AMBIENTAL NATURAL

Por definição,  poluição  é todo o material  ou sujeira prejudicial  à saúde dos seres vivos e dos ambientes naturais ou urbanizados. A poluição ambiental natural é aquela que ocorre como conseqüência dos processos naturais de ecossistemas  ainda inalterados ou pouco alterados pelo homem.

Segundo  Fellenberg  (1980,  p.17),  os seguintes  elementos  ambientais o exemplos  de poluição  natural:  ; pólen e esporos;  óleos essenciais (na atmosfera);  micotoxinas  e fitoplancto-toxinas  (toxinas).
As plantas fanerógamas o aquelas em que os órgãos sexuais ficam expostos  (sem ou com flor e fruto). Os ventos ajudam  na polinização,  ou seja, na reprodução  sexuada  porque  há intercâmbio  de genes.  Os pólens são transportados pela atmosfera. Eles são outro exemplo de poluição natural
atmosférica  que pode provocar  reações  alérgicas  no nariz e nos olhos.




Lei mais  sobre  as plantas  fanerógamas  em http://educar.sc.usp.br/
ciencias/seres_vivos/seresvivos4.html.



As bactérias se tornam esporos quando formam uma parede celular que as protege de ambientes inóspitos à sua sobrevivência. Quando há pouco alimento ou outros fatores ambientais limitantes, além de elaborarem uma “carapaça resistente”, elas reduzem, substancialmente, o processo metabólico  e vivem de forma bem latente, até que as condições ambientais voltem  a ser favorável  ao seu desenvolvimento  e perpetuação.  Este é o estado de “dormência, atras do qual o metabolismo celular fica bem minimizado,  com a economia  de energia e reserva alimentar.  Desta forma, as bactérias sobrevivem em poeiras acumuladas nos ambientes. Na atmosfera, elas podem ser absorvidas por nós, através da respiração, causando infecção. Existem bactérias que são responsáveis  pela pneumonia.

DICA


Os pinheiros o plantas coníferas, que armazenam óleos etéreos (terpenos  e ésteres   óleos essenciais)  em seus troncos  e folhas. Quando elas desprendem muito óleo terpeno, as reações fotoquímicas formam partículas semelhantes a uma neblina ou névoa, na região atmosférica. O acúmulo desta neblina parece smog e os terpenos em excesso são prejudiciais à saúde, podendo causar irritações no trato respiratório. Por outro lado, possuem atividades inseticidas, que é uma alternativa química para o controle de insetos.  A sua importância  ecológica  como defensivos  de plantas  está bem definida,   que são tóxicos a várias espécies  predadoras  de vegetais. Os limonóides o os terpenóides mais representativos como protetores naturais. São, inclusive, larvicidas, porque podem combater as larvas de Aedes aegypti, visando a erradicação  da dengue.





Os microorganismos o os maiores responsáveis pela contaminação ambiental. Os alimentos são a matéria-prima utilizada pelos fungos para a produção das micotoxinas, substâncias tóxicas que eles segregam aos vegetais  superiores,  aos animais  e ao homem.  Mesmos  que haja ausência total de parasitismo (associação desarmônica entre organismos de espécies diferentes, que pode gerar a morte gradual do hospedeiro. Por exemplo, os antibióticos produzidos por fungos impedem a multiplicação das bactérias). Fungos produtores de aflatoxinas, da espécie Aspergillus flavus, se desenvolvem em quase todos os alimentos. A formação destas substâncias depende  do tipo de alimentação  e da velocidade  de crescimento  do fungo. Os fatores  físicos apropriados  para a proliferação  desta espécie  de fungos são: temperatura  igual a cerca de 30ºC e umidade relativa do ar em torno de 75%. Os alimentos contaminados  são resistentes ao calor. Nem a fervura e nem o cozimento  são suficientes  para recuperá-los.  As aflotoxinas  são de um grupo de toxinas carcinogências  responsáveis por, principalmente,  câncer de fígado e danos ao rim, baço e estômago.
Ainda segundo Fellenberg  (1980),  quanto à profilaxia  contra os ataques dos fungos,  que inclusive  geram deformações  em vegetais  superiores,  nas raízes e nos rebentos, recomenda-se a conservação dos alimentos sob refrigeração em muito baixas temperaturas e o emprego de fungicidas nas plantações.


Normalmente, as sementes recebem um tratamento prévio com fungicidas para se evitar a contaminação. Porém, as substâncias empregadas são venenosas para s e o uso incorreto pode poluir os solos e as águas superficiais.
A política de qualidade da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) garante a qualidade sanitária dos produtos alimentícios. Como já foi mencionado, o fitoplanctôn é composto por micro-vegetais, que o a produção primária do ciclo alimentar da comunidade planctônica. Em condições ambientais  propícias, pode haver um aumento da reprodução  (multiplicação em massa ou “boom”) destas micro-algas, inadequado à qualidade ambiental. O aporte de muitos nutrientes, temperatura, luminosidade (fotossíntese), salinidade, entre outros fatores, favorecem este estado. Lembra? Mas a grande quantidade de algas que utilizou o alimento disponível libera substâncias para o meio aquático após os seus processos metabólicos. Essas substâncias, em abundância, tornam-se tóxicas, portanto, prejudiciais à sobrevivência  das próprias  algas e de outros organismos  da cadeia trófica. Tanto da região superficial, das águas continentais, costeiras marinhas e oceânicas; da região nerítica, da plataforma continental (parte do ambiente marinho); como das águas mais profundas dos mananciais, lagos, lagoas, lagunas (mais internas e costeiras, dos continentes), mares e oceanos (região
pelágica = marinha).




Para mais explicações sobre o que significa região nerítica consulte www.ambientebrasil.com.br.

















Essas  substâncias  tóxicas,  provenientes  da produção  do fitoplâncton, o chamadas de fitoplancto-toxinas. Elas podem alcançar o organismo humano de muitas maneiras porque se acumulam, por exemplo, em moluscos e peixesque o consumidos  por nós. A contaminação  por essas toxinas nos conduz à questão da poluição antropogênica. O despejo de material orgânico, através dos esgotos, altera as características  ambientais e propicia a proliferação desordenada das espécies fitoplanctônicas tóxicas. A espécie Gymnodimiun sanguineum é responsável pela Maré Vermelha, que se forma devido ao excesso  de reprodução  dessas micro-algas,  gerando  um “boom”

DICA


das  mesmas,  com  a liberação  de fitoplancto-toxinas  e a conseqüente mortandade  de peixes, prejudicando  o ciclo da cadeia alimentar e da vida.






POLUIÇÃO  AMBIENTAL  ANTRÓPICA

Apesar das inúmeras divulgações de informações e dados sobre a necessidade de preservarmos os recursos naturais, o homem continua utilizando a natureza como se o fosse parte dela. O nosso manejo dos elementos naturais ainda é irracional porque ainda estamos degradando o ambiente. A poluição ambiental antrópica pode atingir o ar, a água e o solo.

Quando as propriedades naturais da atmosfera ficam alteradas por agentes externos, podemos dizer que a poluição atmosférica se consumou como conseqüência  das atividades  e dos produtos humanos.  As indústrias,  fábricas de papel e cimento e refinarias de petróleo emitem enxofre, chumbo e outros metais pesados (além dos resíduos sólidos que veremos posteriormente). No entanto os veículos  automotores  são os maiores  responsáveis  pela emissão de gases tóxicos como o monóxido de carbono, o dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio, o dióxido de enxofre e derivados de hidrocarbonetos  e chumbo.

As poeiras  o  partículas  com  dimensões  o  pequenas  que  ficam suspensas no ar. As usinas termoelétricas  alimentadas  com carvão, indústrias de cimento e alguns ramos da indústria química, além dos veículos automotores, para Fellenberg  (1980, p.31), o algumafontes de poeiras não-metálicas. As pastagens,  os desmatamentos  e os desertos  também  o responsáveis por este tipo de poluição  por causa  dos ventos.  Os solos  empobrecidos enfraquecem  a cobertura  vegetal e possibilitam  a formação  de nuvens desta poeira em questão. Constantemente,  a nossa
atmosfera é atingida pela poeira cósmica, mas a sua quantidade é muito reduzida quando comparada  com a que é produzida  por nós. As irritações crônicas das mucosas provêm dessa poluição com a sua penetração nos pulmões e sedimentação nas vias respiratórias. O pó de asbesto de parte dos freios e embreagens dos veículos gera câncer nas vias respiratórias. A poeira comum de beira de estrada depositada nas folhas impede a realização da fotossíntese porque bloqueia a absorção da luz natural com a forte reflexão dos raios do sol.


Na poeira metálica (que contem metal e seus derivados),  o chumbo é o elemento  químico metálico mais tóxico. Os utensílios  domésticos,  traços de chumbo,  fundição  de chumbos  e indústria  de plásticos,  em quantidades maiores, são exemplos  de fontes dessa poluição.  Como este metal é muito denso, o gás industrial  o transporta  por poucos quilômetros  apenas e este composto  é sedimentado  rapidamente.  Quando  assimilado  pelo  trato digestivo,  é parcialmente  absorvido  pelo estômago  e pelo intestino.  Porém, a porção que representa maior risco à saúde é a sua forma química, que se concentra no ar. O pulmão
a assimila mais rápida e completamente do que o trato digestivo.  Ela entra na circulação sanguínea e se distribui por todo o organismo, podendo provocar danos ao sistema nervoso central. Como conseqüência, pode gerar estados de agitação,  epilepsia,  mal
de Parkinson  e paralisia.



As partículas  coloidais  sólidas  quse apresentam  na fumaça  ficam misturadas  às gotículas  de líquidos  e vapores.  o muitas  as formas  de fumaças poluidoras  produzidas  pelo homem. A mais comum é a do cigarro. As folhas do tabaco são preparadas  para sempre  apresentarem  certo grau de umidade que impede a imediata e completa queima do cigarro quando o mesmo é acendido. Por isso, não formação de chamas. Junto com o vapor d’água,  que  se forma  e fica  aquecido,  ocorre  a destilação  dmuitos elementos  químicos  fisiologicamente  ativos.  Dentre  os  que  existem, predominam nicotina, monóxido de carbono, benzopireno e alguns derivados, alcatrão e fuligem. A ressorção  destes componentes  voláteis ocorre com a inalação  realizada  pelo hábito  de fumar.  Atras  das vias respiratórias, atingem  os brônquios,  os alvéolos  pulmonares  e os eritrócitos.  Como conseqüência,  surgem o catarro, o câncer (nos brônquios e nos pulmões) e a constante  sensação  de
cansaço. Pelo plasma sangüíneo, chegam ao coração, ao cérebro, ao córtex supra-renal e ao útero. A hipertensão, o enfarte, a euforia, as úlceras, a trombose, a pulsação alta e os nascimentos prematuros ou morte de fetos, são outros danos causados à saúde.








Ressorção = absorção pelo sangue.


Pouca quantidade de cigarros é suficiente para poluir o ar de um ambiente pequeno. Quando o cigarro não era proibido em recintos fechados, cerca de
2,5% da hemoglobina de fumantes passivos ficava combinada com monóxido
de carbono (CO). As outras substâncias nocivas também podem igualmente comprometer  a saúde daqueles  que o o fumantes  e inalam  a fumaça exalada  pelas pessoas  viciadas.  Sob este aspecto,  este vício foi, por muito tempo, uma questão ambiental  preocupante.  Atualmente,  esta problemática está resolvida  com relação aos lugarepúblicos  de interesse  comucomo os ônibus, restaurantes, cinemas, shoppings, entre outros. Levando-se em consideração o gasto com a saúde pública, as despesas decorrentes do tabagismo podem ser altas com hospitalização, tratamento, invalidez e morte.

Os gases o substâncias que, nas condições normais (temperatura ambiente e pressão de uma (1) atmosfera), se apresentam no estado gasoso e o condensam. Os vapores o os gases que podem se condensar em condições ambientais normais como o vapor d’água, por exemplo. O dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2) e o monóxido de carbono (CO) são gases produzidos  em grande  quantidade.

O monóxido de carbono é um s muito tóxico e a sua atividade fisiológica se baseia na sua capacidade de combinação com a hemoglobina e a conseqüente redução do oxigênio no organismo. Isto pode ocorrer nos eritrócitos (sinônimo de hemácias, células vermelhas ou glóbulos vermelhos) enquanto  o CO2 é acumulado  nas células,  podendo  ocasionar  uma acidose no citoplasma (plasma de uma célula), com distúrbios metabólicos. As plantas o bem resistentes  às concentrações  de CO, que o consideradas  altas (em torno de 1%), enquanto o homem e os animais são muito sensíveis ao mesmo.  Quando o monóxido  de carbono  possui a concentração  de 60 ppm no ar, uma quantidade  equivalente  a 10% de carboxihemoglobina  se forma no sangue. O ser humano reage apresentando  indício de dificuldade visual e dor de cabeça leve. Em casos mais estremados,  para o teor de 660 ppm do mesmo, passamos a ter 50% de carboxihemoglobina  em nossa circulação sanguínea, ocasionando graves reações como paralisia, bloqueio das funções respiratórias  e coma.


As atividades humanas também poluem a nossa atmosfera com emissões gasosas  ácidas, que são compostas  por gases caracteristicamente  ácidos e que o capazes  de formar  gases ácidos.  O dióxido  de enxofre  (SO2),  o fluoreto de hidrogênio (HF) e o cloreto de hidrogênio (HCL) são gases ácidos característicos.  O SO2 se origina  a partir do aquecimento  de minérios  do grupo dos sulfetos e da fabricação de fertilizantes, celulose e ácido sulfúrico. O petróleo e o óleo combustível contêm enxofre, em proporções variáveis, conforme a origem. O HF se desprende de fundições de metais pesados e alumínios;  e de indústrias  de vidro, esmaltes,  porcelana  e fertilizantes.  O HCL se forma nas indústrias de fertilizantes,  de esmaltação  e porcelana,  de eletroquímica  e na combustão  de materiais contendo cloro, como cloreto de polivinila (PVC). Todos formam ácidos quando com a presença de água. No homem, eles atacam as mucosas e os alvéolos pulmonares. Em casos graves, há perda de sangue  pelos alvéolos.




O dióxido  de enxofre  junto com o dióxido  de azoto formam  as chuvas ácidas, que têm o pH baixo, com o valor igual a 4,5.

O HF pode ser assimilado pelo trato digestivo. Ele penetra na corrente sanguínea,  provoca  a diminuição  do número  de eritrócitos,  bloqueando  a ação das enzimas responsáveis pela degradação oxidativa de glicídios durante a respiração celular. Por isso a fluoretação da água potável para o endurecimento  destes é contra-indicado.  É mais adequado  o uso de pasta dental  fluoretada.
Nos vegetais, o SO2 bloqueia a fotossíntese pela destruição das clorofilas a e b. Assim como o HCL, através da redução da síntese de clorofilas, prejudica o mesmo processo fotossintético relativo às plantas autotróficas (fitoplâncton).
A reação de oxidação é uma reação química característica de gases oxidantes. São eles os óxidos de nitrogênio [monóxido de nitrogênio (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2)] e ozone. As suas principais fontes são o motor de combustão,  além das indústrias de ácido nítrico e sulfúrico. Estes óxidos sofrem transformações que levam à formação de ozone (O3). Os raios ultravioletas,  mais energéticos,  podem decompor  facilmente  o NO2 em NO,


formando a espécie química O, muito reativa. Esta reage com o oxigênio atmosférico  e ozone:
NO2 —UV—> NO + O O + O2 ———> O3
Isto ocorre na Camada  de Ozônio,  situada na estratosfera.  Ela tem a
função protetora  porquabsorve  a maior parte dos raios UV, provenientes do Sol. Se toda a radiação solar UV alcançasse a superfície terrestre, teríamos muitas ocorrências  de afecções  dermatológicas  e câncer de pele, sobretudo nos indivíduos de raça branca. A raça negra é menos sensível aos raios UV.



Lipossolúveis = solúveis em gorduras































Smog: do inglês, deriva das palavras smoke = fumaça e fog = neblina, nevoeiro.

Os gases oxidantes são nocivos à saúde humana, pois causam intoxicação e edemas pulmonares. O ozone e os óxidos de nitrogênio são lipossolúveis, portanto,  podem  penetrar  profundamente  nos alvéolos  pulmonares,  além de poderem provocar a desnaturação de proteínas, tornando porosas e ainda mais permeáveis as paredes dos alvéolos e capilares. Os primeiros são lentamente preenchidos com plasma proveniente dos vasos capilares. Os pulmões acumulam lentamente um líquido espumoso, propiciando o edema pulmonar,  com a conseqüente  morte por sufocação.
Nas plantas, tais gases também alteram a permeabilidade das membranas celulares, mas não de modo tão grave como no homem. As clorofilas e os carotenóides  são destruídos, o que diminui a capacidade fotossintética.  Além de bloquearem  a troca gasosa e impedirem  a abertura  dos estômatos  das folhas. A transpiração, o transporte de materiais, a fotossíntese e a respiração ficam comprometidas.
A grande reatividade dos óxidos possibilita a formação de smog [aerossóis e nitrato de peroxiacetila (PAN)]. Este é decorrente das dimensões de suas partículas, uma solução coloidal como a poeira e a fumaça. O acúmulo de diferentes tipos de substâncias do smog e a influência de fatores ambientais diversos  provocam  variados  efeitocombinados  no homem,  nas plantas  e no meio ambiente. Exemplos: em 1952, em Londres, durante uma inversão térmica,  um smog mato4000 pessoas.  Uma concentração  relativamente baixa de SO2 tornou-se  nociva por causa da elevada concentração  de poeira em suspensão no ar. O SO2 adsorvido (= aderido numa superfície) por partículas de pó penetra até os alvéolos pulmonares e as paredes dos capilares sofrem corrosão, formando edemas mortais no pulmão. O smog sem o pó e este sem o SO2 teriam sido inofensivos à saúde humana; o PAN existente neste conhecido   nevoeiro  também
prejudica  a fotossíntese,  porque
bloqueia o crescimento das plantas; muitos componentes juntos podem acarretar na interferência de um sobre o outro, resultando numa diminuição da atividade de cada um deles. Por isso é importante se avaliar corretamente a ação da combinação de fatores químicos contaminantes.


O elemento químico eteno é um composto orgânico que ocorre no smog. As suas fontes podem ser o gás de iluminação, o craqueamento  de petróleo e os gases  de escape  de veículos  motorizados.  Pequenas  concentrações dele já o suficientes para danificar muitas plantas. Sistemas biológicos, animais  ou vegetais,  em alguns  casos,  podem  possuir  uma sensibilidade muito maior para registrar  processos  e/ou fenômenos  do que técnicas  de análise química ou física. Por outro lado, a análise físico-química permite resultados que reproduzem características mais próximas da realidade pontual  da coleta de amostras.
As emissões  e imissões  são caracterizadas  por conceitos  bem definidos como: “concentração máxima de emissão” (CME), que determina a quantidade máxima de substância tóxica que pode ser emitida para a atmosfera; e “concentração máxima de imissão (CMI), que determina sobre as concentrações toleráveis e o prejudiciais à saúde do homem, animais e vegetais.  Os padrões  adotados  para a definição  dos agentes  poluidores  e os critérios  para a aferição  dos poluentes  e seus efeitos  sobre  os seres vivos possibilitam a identificação das fontes de poluição atmosférica. Em cidades muito poluídas, os distúrbios conseqüentes das contaminações por substâncias  tóxicas  do ar o agravados  pela inversão  térmica,  típica do período de inverno, quando uma camada de ar frio se forma na alta atmosfera, aprisionando o ar quente e bloqueando a dispersão dos elementos toxicogênicos.




A atmosfera é um recurso natural muito compartilhado pelo mundo inteiro e os efeitos negativos da poluição também o rápida e globalmente sentidos.
O mar representa 97% de toda a água existente na Terra. A poluição da água representa  um aspecto muito inquietante  da degradação  antrópica do meio natural. O fluxo aquático  subterrâneo,  localizado  abaixo das camadas mais profundas  do solo, dificilmente  é atingido  e poluído.  A contaminação das águas continentais mais superficiais e oceânicas é um problema contemporâneo  de extrema gravidade. A poluição aquática se processa num ritmo muito mais alarmante que o referido sobre a poluição atmosférica. O número de despejos nocivos é muito maior que os poluentes  emanados  na


atmosfera.  As águas residuárias  urbanas,  agropecuárias  e industriais;  as de lavagem de petróleo e derramamento de óleo são alguns exemplos das principais  fontes dos poluentes.

Dos despejos  dos grandes  centros  urbanos  destacam-se  os provindos de seus esgotos, através dos quais também o lançados restos de alimentos, sabões e detergentes, além dos detritos orgânicos. Os detergentes  sintéticos,  de utilização  doméstica,  são uma forma de poluição grave porque  foram produzidos  com substâncias  orgânicas  complexas  de difícil biodegradação. Os seus fosfatos e polifosfatos são elementos químicos limitantes ao desenvolvimento de algas e bactérias. Portanto, são os principais responsáveis pela eutrofização da água. Além disso, reduzem a tensão superficial da água e formam espuma na superfície desta. Os coliformes fecais também representam risco contra a saúde da biota aquática e do homem, embora possam ser mais facilmente degradados por bactérias quimiossintetizantes. Em ambiente aquático contaminado  com matéria de origem fecal, a Escherichia  coli é a responsável  pela degradação  das fezes. O seu habitat natural costuma ser o lúmen intestinal  dos seres humanos  e de outros animais de sangue quente. Por isso, primeiramente é feita a contagem de bactérias coliformes e depois é quantificado  o número total contido em um conhecido volume d’água. Temos, assim, o “índice de coliformes
fecais, que é o critério mais importante  para a avaliação de qualidade.


DICA

Acesse o site http://pt.wikipedia.org/wiki/Escherichia_coli para obter mais informações  sobre biodegradação  e a bactéria Escherichia  coli.


Poluentes como as substâncias orgânicas, detergentes e produtos de limpeza, servem de substratos para microorganismos, possibilitando a colonização  e o desenvolvimento  dos mesmos.  Em águas  muitpoluídas ocorre a eutrofização [água hipertrófica com excessiva quantidade de nutrientes presentes na coluna d’água e a quantidade anormal de microorganismos que praticam a oxidação biológica (= biodegradação = decomposição  biológica)].  A decomposição  destes materiais  e de CO2 tem como conseqüência  um consumo  maior de oxigênio.  Todos os organismos que precisam do oxigênio para viver são levados à morte e os seus restos fornecem ainda mais alimentos para as bactérias anaeróbias, que normalmente só existem em pequenas quantidades. Elas decompõem substâncias orgânicas em ausência de oxigênio com a formação de metano (CH4), amônia (NH3), dissulfeto de carbono (CS2) e gás sulfúrico (H2S), dos chamados  gases de putrefação.  Estes gases são bem tóxicos para os seres vivos, inclusive o homem, pois exterminam a existência dos animais aeróbios (os peixes morrem), além de comprometerem a atmosfera, porque esses elementos químicos também contribuem  para a formação de chuvas ácidas.
Os fertilizantes, os pesticidas e outros produtos químicos das águas residuárias de origem agropecuária atingem outras águas por percolação, lembra?  São as águas de escorrência  que percorrem  os espaços  vazios do solo, existentes entre as argilas. É desta forma que chegam aos rios, mares


e, eventualmente, ao mar. Os elementos químicos, como o chumbo (Pb), o mercúrio (Hg), o cobre (Cu), o zinco (Zn), o crômio (Cr), o níquel (Ni) e o cádmio (Cd), são altamente tóxicos e mesmo assim são despejados nos rios e mares.
O petróleo, na sua forma bruta, é uma grande mistura de hidrocarbonetos saturados e insaturados. Esta mistura é utilizada para a obtenção de óleo combustível, gasolina de diferentes tipos, parafina, medicamentos, cosméticos,  fibras têxteis, plásticos  e muitos outros produtos.
A indústria do petróleo aumentou bastante a sua produção. Como também a poluição por este produto. Nas regiões oceânicas, mais profundas dos mares, que ocorrem após a plataforma continental, a partir do talude, navegam petroleiros. Estes, em suas viagens de retorno, lavam os seus tanques e suas águas de lavagem poluem o mar com os resquícios de petróleo e seus  derivados.  Por isso,  zonas  marítimas  onde  estas  operações  são
permitidas  foram delimitadas  em convenções  internacionais.





O petróleo é hidrófobo e se espalha na superfície formando uma fina película, após a evaporação dos componentes voláteis. Os menos voláteis permanecem  flutuando como uma massa viscosa. Assim, fica prejudicada  a troca gasosa entre a água e o ar, com o ambiente aquático completamente alterado.  As bactérias  capazes  de degradá-lo  biologicamente  podem  ser uma alternativa de combate contra esse contaminante.  Este tipo de poluição provoca a mortandade de várias espécies da cadeia alimentar e aves marinhas.  O seu refino também possibilita  o seu despejo.

As substâncias  inorgânicas  liberadas  por muitas  indústrias  de vários ramos o igualmente problemáticas. Os metais pesados o os predominantes.  Eles são muito reativos e basta uma pequena concentração para trazerem efeitos adversos à água. Como, também, possuem a singular propriedade de serem precipitados por sulfetos. Participam da bioacumulação porque se acumulam atras da cadeia alimentar (Trófica, lembra?) e os predadores  apresentam  a maior concentração.
O mercúrio, um dos metais pesados, é empregado como catalisador na fabricação  de acetileno  e como  cátodo  (pólo  negativo),  eprocessos

Hidrófobo = não é solúvel na água.


eletrolíticos industriais. Como composto organo-mercúrio, é utilizado na indústria  da madeira  e na agricultura  (agente  de proteção  das sementes contra bactérias e fungos). Em 1953, uma indústria de acetileno,  localizada na ilha de Kyushu, Japão, depositou detritos de mercúrio na baía de Minamata. Este foi consumido pela cadeia trófica aquática. Os peixes e moluscos ficaram poluídos com um nível de toxicidade alto e intolerável para os homens. Principalmente  os pescadores tiveram sérios problemas de saúde e uma média de 38% das pessoas atingidas faleceram. Elas tiveram uma paralisação  progressiva  dos órgãos  dos sentidos,  que se principiava  pelas mãos e pelos pés e se propagava por todo o corpo. Outros sintomas foram identificados, como: lesões renais, tremores musculares, irritabilidade, distúrbios da fala, perturbações  do sono, fraqueza de memória e diminuição da capacidade  de concentração  mental.
As fontes de poluição por cádmio podem ser os fosfatos usados como fertilizantes, na indústria metalúrgica do zinco e em muitos processos de combustão. Também no Japão, pela primeira vez, foi observada uma estranha atrofia do esqueleto, muito dolorosa, provocada por intoxicação crônica com cádmio.  Inicialmente,  as vítimas  eram acometidas  por uma diminuição  do olfato e pela formação de um anel amarelo no colo dos dentes. Posteriormente, a medula óssea ficou afetada com a redução dos glóbulos vermelhos e a crescente remoção de cálcio dos ossos. A deficiência de cálcio no tecido ósseo foi o fator responsável  pela redução de até 30% do tamanho do esqueleto.
Outros metais pesados que, freqüentemente, o provenientes das indústrias, são diretamente prejudiciais ao homem. Dois mecanismos de ação são fundamentais à explicação sobre os processos de intoxicação e surgimento de seus sintomas.  Primeiramente,  este poluente  forma complexos  com os grupos  funcionais  de muitas  enzimas  (formação  de quelatos)  e as partes das enzimas responsáveis por determinados processos metabólicos são bloqueadas.  Porque  a placenta  é permeável  aos metais  pesados,  muitos fetos foram afetados. Portanto, muitas crianças nasceram com sérios defeitos no sistema nervoso após a catástrofe de Minamata. O segundo mecanismo envolve as membranas celulares, com as quais estes metais podem se combinar  e ocasionar  as alterações  de suas estruturas.  O transporte  de íons e substâncias  orgânicas  essenciais  à manutenção  dos processos  vitais fica prejudicado.


A seguir, temos a relação dos ramos industriais e de alguns dos poluentes
metálicos  (metais  pesados)  que são emitidos:


Ramo Industrial

                      Metais pesados                       Cd   Cr         Cu            Hg            Pb            Ni             Sn            Zn

Papel                                                                    X          X        X        X       X                 X Petroquímica       X               X                                                                           X  X                 X        X Ind. de Cloro e KOH (eletrolítica)                                                                                     X   X                    X       X               X        X Fertilizantes        X               X                                                                        X     X        X        X                X Refinarias de petróleo           X               X                                                                         X                         X        X                  X Usinas siderúrgicas    X               X                                                                         X     X         X        X       X       X Ind. de metais não ferrosos                                                                                          X            X        X        X       X        X        X Veículos automotores e aviões                                                             X     X         X        X        X                 X Vidro, cimento e cerâmica                                                                                X
Indústria têxtil                                                     X Indústria de couro   X Usinas termoelétricas                                                    X

Sendo:

Cd = cádmio Cr = crômio Cu = cobre
Hg = mercúrio Pb = chumbo Ni = níquel
Sn = estanho
Zn = zinco


Os pesquisadores ainda estão descobrindo sobre os efeitos das intoxicações lentas e contínuas por metais pesados e suas influências em doenças contemporâneas como nervosismo, baixa resistência a infecções, câncer e outras. O comportamento desses poluentes ainda o pode ser controlado e, muitas vezes, a presença deles é identificada na biota após anos ou decênios.
Conforme  a descrição  sobre os processos  nocivos à qualidade  da água, foi citada a principal forma de poluição do solo: a aplicação de fertilizantes e pesticidas,  que percolam para as águas, pelos espaços intersticiais  do solo, após poluírem o mesmo. As chuvas e as águas de escorrência  transportam os poluentes  para as suas camadas  mais profundas.  As técnicas  modernas estão contaminando  os solos cultivados de maneira irremediável  a ponto de colocar a produção agrícola sob o risco de ficar comprometida em longo prazo.
Conforme Fellenberg (1980), os fertilizantes são utilizados para enriquecer o solo com nutrientes químicos necessários ao bom desenvolvimento das culturas.  O crescimento  demográfico  e a demanda  de consumo  conduziram o homem a otimizar as colheitas com o máximo de rendimento por área específica.  Portanto,  tornou-se  necessário  devolver  ao solo os nutrientes que foram subtraídos pelas raízes. Como é muito caro purificar os fertilizantes, eles são aplicados  com compostos  químicos tóxicos que se concentram  nas


camadas  superiores,  onde se encontra  a maior parte do sistema  de raízes das plantas. Este manejo inadequado  compromete  os vegetais e o restante da biota, inclusive  os microorganismos,  todos responsáveis  pela fertilidade do próprio  soloAs suas características  físicas  e químicas  se modificam
propiciando a desertificação.


DICA














































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Consulte  na internet sites sobre desertificação.




Os inseticidas, os fungicidas e os herbicidas são exemplos de pesticidas usados para combater pragas peculiares às plantas consumidas pelo homem. Eles são igualmente nocivos, poluidores, e afetam muitos seres vivos embora o objetivo seja destruir um número limitado de espécies.


DESIGUALDADE   SOCIAL  E POBREZA

A desigualdade  social e a pobreza  são frutos do desenvolvimento  da nossa sociedade  muito materialista,  capitalista,  imediatista  e globalizada.
Vejamos  porque esta questão  foi incluída  nesta unidade.

Como foi definida  inicialmente,  a poluição  é todo o material  ou sujeira que degrada o meio ambiente. Neste caso, o material é imaterial considerando- se  que  o  agente  poluido r,  primeiramente é  a  nossa  cultura  de desenvolvimento social. O mundo pós-moderno globalizado da nossa organização cultua o individualismo na busca pelo bem estar e pela satisfação do acúmulo de riquezas. Os conceitos que visavam nortear ações pela qualidade  de vida foram  transformados  em práticas  que aumentaram  os índices de desigualdade  social. Um exemplo disso é a favelização. A pobreza é a principal conseqüência desta realidade. É uma problemática histórica, através da qual muitos o m acesso aos bens mais essenciais à vida. Podemos, então, considerar que aqueles que vivem na pobreza, ou em condições abaixo da pobreza, o seres que estão sendo altamente degradados  em nossos  sistemas  urbanizados.  O nosso “poluente cultural foi produzido  pela história  das relações  sociais das nossas organizações.


Que tal pesquisa um pouco sobre a favelização? Consulte livros na biblioteca mais próxima.





VIOLÊNCIA

A violência  pode ser considerada  um outro fator de poluição ambiental porque  também  causdanos  aos seres vivos e objetos,  inclusive  a nós, seres humanos. É um ato que contraria a autonomia, a integridade física ou psicológica e a vida, com o uso da força que desrespeita os direitos alheios. O nosso limite comportamental  deveria terminar  onde começa o direito do próximo. A violência até pode ser uma doença ou patologia social, mas ainda é considerada  uma reação  a uma causa,  um sintoma  de que os valores estão muito invertidos enquanto a vida está banalizada e a conquista imediata d ben valorosos
monetariamente está sendo priorizada. A fome e a pobreza, provindas da desigualdade social, o algumas fontes deste comportamento nocivo à qualidade de vida e à sobrevivência de toda a biota das teias alimentares do nosso  planeta.


DIREITOS HUMANOS

Nas organizações sociais há uma diversidade de interesses que são administrados  pelos poderes executivo, legislativo e judiciário, sem os quais seria muito difícil preservarmos  os direitos humanos. Dos que são regidos pela legislação, responsável pelo direcionamento das intervenções permitidas aos atores representativos  da sociedade,  podemos  enfatizar  o direito  de viver e o direito à prática da cidadania.

Vivemos com dignidade quando temos o alimento, a moradia, a saúde e a educação. Possuímos, então, o direito de desenvolver a nossa criatividade


visando  o aprimoramento  das nossas  potencialidades.  Quando  acessamos o conhecimento  acadêmico,  nos preparamos  para constantemente  atualizar a nossa forma de olhar, pensar e sentir sobre o ambiente onde vivemos e freqüentamos. Portanto, nos tornamos identidades sociais capazes de igualmente sermos representativos através das ações interativas e participativas.  Desta forma, passamos  a ser pessoas habilitadas  a construir o conhecimento sobre as áreas específicas degradadas, os fatores de poluição,  a recuperação  e a conservação  ambiental  pela preservação  da biota e do bom funcionamento  dos sistemas, naturais ou urbanizados.  Estas iniciativas possibilitam  a prática da cidadania, além de representarem  ações importantes à manutenção da vida, com a nossa sobrevivência e a perpetuação  de todas as espécies  das futuras  gerações.


As trocas químicas relativas à química ambiental representam um conhecimento  indispensável,  mas não é um motivo de súbita memorização. Na verdade, nós ainda estamos discutindo sobre saúde pública. Não esqueça que os seres vivos também são considerados meio ambiente. As fontes dos poluentes, os tipos de dano ambiental e os efeitos por eles causados contra a saúde de todos os ambientes são o que de mais importante  para este estudo.






É HORA DE SE AVALIAR!

Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, presentes  no caderno de exercícios!  Elas poderão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as envie através do nosso ambiente  virtual de aprendizagem  (AVA). Interaja  conosco!
Esta unidade proporcionou subsídios para a observação das formas de poluição ambiental  e dos efeitos danosos que ela pode causar à saúde dos seres vivos e à qualidade dos ambientes  natural e urbanizado.  Na próxima, estudaremos  os ecossistemas  degradados.

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